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Aubry, Jenny, née Weiss (1903-1987)

psiquiatra e psicanalista francesa
Nascida em uma família da grande burguesia
parisiense, Jenny Aubry era neta de Émile
Javal, inventor do oftalmômetro. Sua irmã,
Louise Weiss (1893-1983) foi uma célebre sufragista.
Estimulada pela mãe, fez estudos médicos,
de neurologia e de psiquiatria infantil,
antes de casar-se com Alexandre Roudinesco
(1883-1974), médico de origem romena, de
quem se divorciou em 1952. Teve como professores
Clovis Vincent, ele próprio aluno de Joseph
Babinski*, e Georges Heuyer (1884-
1917), um dos primeiros médicos franceses a
acolher a psicanálise* em seu serviço. Foi ali
que ela conheceu Sophie Morgenstern*. Nas
vésperas da guerra, foi nomeada médecin des
hôpitaux, tornando-se assim a segunda mulher
a obter esse título na França.
Hostil, desde junho de 1940, ao governo de
Vichy, entrou para uma rede da Resistência.
Utilizando seus conhecimentos, protegeu crianças
judias colocando-as no colégio de Annel, no
Loiret, onde trabalhava com Solange Cassel, e
no Hospício de Brévannes, onde exercia as
funções de chefe de serviço. Em 1943 e 1944,
no Hôpital des Enfants Malades, redigiu falsos
certificados, para desviar os jovens recrutas do
Serviço de Trabalho Obrigatório (STO).
Em 1948, começou a se interessar pela prevenção
das psicoses infantis e pelas experiências
de René Spitz* e da escola inglesa, principalmente
as de John Bowlby*. Depois de um
encontro decisivo com Anna Freud* e uma viagem
aos Estados Unidos*, orientou-se para a
psicanálise. Realizou sua análise didática com
Sacha Nacht* e fez uma supervisão* com Jacques
Lacan*, que ela acompanhou na Sociedade
Francesa de Psicanálise (SFP) e depois na École
Freudienne de Paris* (EFP). Foi com o sobrenome
do segundo marido (Pierre Aubry), que
publicou seus trabalhos depois de 1953.
A partir de 1946, desenvolveu uma experiência
pioneira na França*, implantando no
quadro hospitalar não-psiquiátrico a prática e a
teoria psicanalíticas. Na Fundação Parent-de-
Rosan, ligada ao Hospital Ambroise-Paré, fez
um filme sobre crianças doentes de hospitalismo*.
Depois, em 1953, publicou um livro
coletivo, várias vezes reeditado. Nele, relatou a
40 ato falho
experiência de sua equipe, mostrando os resultados
inéditos obtidos pela psicanálise na prevenção
e no tratamento das psicoses* no meio
hospitalar.
Na policlínica do Boulevard Ney, ligada ao
Hospital Bichat, estendeu seu trabalho de prevenção
ao campo dos atrasos escolares, desenvolvendo
uma terapêutica de massa nas escolas
maternais. Enfim, entre 1964 e 1968, criou um
serviço de clínica psicanalítica (a primeira na
França) no Hôpital des Enfants Malades. Através
de todas as suas atividades, Jenny Aubry
procurava, ao mesmo tempo, provar a origem
psíquica das carências afetivas nas crianças
abandonadas ou perturbadas por internações
em instituições e tratá-las pela psicanálise.
Por seu trabalho com lactentes ou crianças
pequenas, Jenny Aubry formou, como Françoise
Dolto*, mas de maneira diferente, uma
geração de psiquiatras hospitalares de crianças,
que prosseguiriam no caminho traçado. A partir
de 1969, instalada em Aix-en-Provence, formou
novamente muitos alunos, contribuindo
assim para uma forte expansão da psicanálise
nessa região mediterrânea, que durante muitos
anos fora o campo de Angelo Hesnard*.
• Jenny Aubry, Enfance abandonnée (1953), Paris,
Scarabée-Métailié, 1983 • Jenny Aubry, H.P. Klotz,
Jacques Lacan, Ginette Raimbault, P. Royer, “La Place
de la psychanalyse dans la médecine” (1966), Le
Bloc-Notes de la Psychanalyse, 7, 1987, 9-38 • Élisabeth
Roudinesco, História da psicanálise na França,
vol.2 (Paris, 1986), Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988
• Marcelle Geber, “Jenny Aubry”, artigo inédito.
➢ PSICANÁLISE DE CRIANÇAS.